2006-04-21

Tempo de espera

O tempo de espera pode ser assustador.
Em criança julgamos que nem o conseguimos aguentar e queremos deixar de o ser rapidamente!
Em muito mais criança, é simplesmente impossível existir tempo de espera, simplesmente não existe. Não aprendemos a usufruir do bom que o tempo de espera tem.
Quando somos mais velhos, jovens, o tempo de espera torna-se amargo, ambíguo e sem sentido. Ora queremos esperar…que isso passa… ora não queremos esperar… que isso nunca vai passar…

Mas vamos crescendo, vamos ficando mais velhos e mais ponderados. Fazemos da moderação um estatuto social que só a idade, aparente, pois temos que aparentar essa idade de mais velhos… que só a idade nos dá. Pois o tempo de espera continua a ser insuportável… já esperámos muito tempo, a esperar fiquei velho, já passei a minha vida à espera… e pergunto-me: À espera de quê??? Mas afinal o que é que fiz desse tempo de espera? Passei o tempo de espera a protestar do tempo de espera, o tempo passou… a esperar!!! Também viver no tempo de espera é uma arte que vale bem a pena desenvolver e porque não, a fazer arte? Seria a arte de esperar no tempo de espera. Temos que aprender e a aproveitar o tempo de espera! Estar preparado para ele, recebê-lo como quem recebe mais tempo, para ter tempo de gozar e usufruir bem o tempo de espera!

Vamos ser felizes com os tempos de espera que nos esperam!!! Todos esperámos nove meses e bem sofremos quando esse tempo de espera acabou, ou já não se lembram? Podemos não conseguir à primeira, nem à segunda, mas também foi assim que aprendemos a andar e a fazer a maioria das coisas que fazemos. Vou tentando, porque assim… hei-delachegar!

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