2006-05-30

Dia de aniversário: UM ANO!!!


É verdade! Para os mais distraídos, na blogosfera está a comemorar-se mais um aniversário. É o primeiro ano de vida do hei-delachegar!!! Como qualquer data, esta merece a admiração do seu próprio dono e responsável, que sou eu! Um ano não significa mais do que isso, mas no meio deste espaço virtual e “virtuoso”, também não é fácil sobreviver. Lá foi andando e contando e cantando um pouco do que me assaltava no espaço real transferido para aqui! Estou de parabéns!!! Ei!!!Ei!!!

Agora, apetece-me mudar de formato. Também é para isso que os aniversários servem. Mas destas questões, só o tempo o irá dizer, pois o apetite de mudar, pode não ser acompanhado pela capacidade de o fazer. Está mais ou menos claro que o hábito faz o monge. Então está na altura de mudar de hábito, porque o Monge será o mesmo.

Um ano de vida… está a saber-me bem!

Parabéns e continuação de um bom ano para todos, pois com toda a certeza que entre todos e com cada um, hei-delachegar!!!

2006-05-26

Estar preparado

Há coisas para as quais estamos preparados. Há outras para as quais, pensamos estar preparados. Há no entanto outras ainda, para as quais nunca estamos preparados. Se me puser a pensar, coisa esta para a qual pensamos que estamos preparados, e se me transportar para o início de todos nós, o nascimento, não consigo saber se estávamos preparados, se pensávamos que estávamos preparados, ou se nunca estamos preparados. Todos choramos quando nascemos. Posso dizer que estava preparado para chorar, mas não! Apenas pensava que estava preparado para nascer. Onde estava o choro nisto? Os nove meses, são a média, 38 a 40 semanas é o intervalo ideal, mas podemos nascer, mais ou menos por aí! Posso dizer que estava preparado, ou então alguém achou que estava preparado, ou ainda, não estava mesmo preparado… pensava eu! Mas afinal, estava mesmo preparado. Apenas pensava que não estava preparado. Seja como for, podemos até assumir, que se nascemos e vivemos até à idade de escrever alguma coisa, é porque definitivamente estávamos preparados para nascer. E o que é feito dos que não chegaram a nascer? Estavam preparados mas… pensavam que estavam preparados mas… não estavam preparados! Consigo aceitar esta ideia, não estavam preparados. Mas porquê? Já têm tudo direitinho, aconchegadinho e com muito carinho… e muitos inhos mais! Como é possível, alguém não estar preparado? Diz aquele que eventualmente pensou alguma vez, que não estava preparado e que já escreve. Neste ponto, parece-me que já podemos falar de perda e com sentimento à mistura, algo muito mais profundo, não necessariamente mais complexo, mas, e isso sim, eventualmente inexplicável… porque com o explicável podemos todos. Afinal, o ser humano em peso, seja ele a nível individual, colectivo ou até global, passa a sua existência a tentar explicar tudo!!! Nada como nos admirarmos com a explicação que uma criança consegue arranjar ou desenrascar para tudo! E mesmo assim, querem crescer muito rápido porque já sabem tudo! Não nos vá aparecer um adulto pela frente que continua a acreditar que tem explicação para tudo… porque ainda há muito desses… sem ofensa. Temos mesmo que nos reduzir à insignificância de adulto, que já sabe ou tem a obrigação de saber, que não há explicação para tudo, e isso é que é deixar de ser criança. Naturalmente que como adulto, tenho que evitar as longas e tempestuosas idades da adolescência, onde tudo consegue ser explicável e inexplicável ao mesmo tempo!!! Estava já eu, a falar de perda e passei rapidamente para o explicável ou não. Mas, pode ser que esse sentimento de perda, também seja qualquer coisa que foi construída por nós próprios! Pois é! E se foi construído por nós, também pode ser destruído por nós… e agora acho que estou a levar-me a falar de esperança… a esperança de que conseguimos destruir o sentimento de perda por nós construído! E se é verdade, que esperança é aquele que espera, e se como adultos já percebemos que saber esperar é uma virtude, não só divina, que nos ajuda a alcançar e que como já escrevi num texto anterior, podemos e devemos aproveitar o tempo de espera para fazer alguma coisa, resta aproveitar o tempo de espera, na esperança de que o inexplicável passe de mansinho e se torne rapidamente um aliado do sentimento de perda, onde facilmente se vai diluir no estar preparado… e engolir de forma bem digestiva esta ideia! Uf!… até parece fácil!!! Não sei se hei-de lá chegar, mas “temos” que o conseguir!

2006-05-16

Não há bela sem senão...

É bom viver no campo. Esta frase assalta várias conversas e levanta as mais fervorosas defesas de diferentes pontos de vista. Estou eu na minha varanda, um pequeno luxo que só tem sentido numa cidade, e muito mais importante quando essa mesma varanda dá para umas amostras de campo existentes nas traseiras de alguns vizinhos pertencentes já a outra freguesia. A cor verde, os cheiros característicos do campo, os barulhos de alguns animais domésticos, comestíveis ou não, e as desarrumações, também estas características da maioria destes espaços fazem parte do dia a dia da minha varanda. É bom viver no campo, estando este no meio da cidade. Olho para o chão da minha varanda e vejo crescer, vários montes de manchas com variadíssimas cores, que insistem em alimentar uma grande quantidade de plantas, que só a insistência e impertinência das ervas daninhas, faz com que sobrevivam no chão de betão da minha varanda. Olho para o ar e vejo uma série de animais voadores identificados como animais urbanos, a namorarem alegremente, e a fazerem desta bela varanda a sua fonte de despejo intestinal, que insistem em colaborar para que não me esqueça do campo. Aquele onde estas mesmas circunstâncias não são mais do que uma bênção dos céus e do tacho! Os maravilhosos cacarejantes a cacarejarem desde que o sol nasce e que só termina quando a cidade já acordou, fazem também parte desta claque de apoio ao campo e que naturalmente se sentem protegidos pela impunidade da inexistência de uma boa e equilibrada pressão de ar para lhes por as ideias madrugadoras no lugar. Magníficas traseiras da minha varanda, onde a voz matinal e vigorosa dos cães, teimam em assinalar a presença de mais uns quantos animais urbanos e assim espalhar no ar, a sua impotência em lhes dar caça!

Ter todas estas características campestres no meio da cidade dão que pensar e até ficar com algumas saudades de som magnânime dos animais de lata, borracha e plástico que cavalgam pelas ruas da cidade. Não sei, tenho algumas dúvidas e assim sendo, fico-me pela defesa destes animaizinhos de estimação urbana, mesmo quando saio da minha varanda, do meu pequeno campo e entro em pleno, nos passeios da cidade, até encontrar torres, algumas gémeas, elaboradas de forma geometricamente quase perfeitas em cone, em espiral, tão altas que até ficam brancas na ponta, que de forma distraída vão chamando a atenção para a magnanimidade da flora e construções intestinais destes nossos pedaços de campo na cidade. Até parecem do dono!!! Enfim, procurem a bela e o senão!!!