2005-07-26

Encontrei!!!



Pode não ser fácil encontrar um pequeno paraíso. Mas quando se encontra, todos os caminhos errados para lá chegaram valeram a pena ser ultrapassados. Uopss… entornei um copo… mas num paraíso tudo se resolve com um sorriso. Vêm-se as curvas do rio, barcos a passar, grandes, pequenos, ricos, pobres, poucos…que nos fazem lembrar que as férias existem em qualquer lugar. Se forem à beira da água melhor. Já sinto as férias. Também encontrei a esplanada…estou em férias! Tudo parece diferente, o tempo tem outro significado, tem outra lógica. Deixa de ter tanta importância, deixa de mandar em nós, deixa de ser o ditador, nós é que mandamos nele. O fim-de-semana funde-se e confunde-se com os dias da semana. Todos os dias passam a ser dias úteis!!! Não é bom? Eu tenho férias, tenho sorte, mas também não importa. Tenho férias e não importa onde, importa com quem…e eu tenho com quem!!! Quem é que inventou as férias? Alguém sabe? Eu tenho uma ideia, e aposto que terá sido certamente quem trabalha!…Sim, foi definitivamente quem trabalha. Até já e boas férias. Alguém sabe onde fica este lugar?

2005-07-25

Um texto advertido



Posso começar com uma série de palavras que me fizeram recordar, o quanto me falta aprender, em palavras descritivas, sobre alguns aspectos da vida que nos rodeiam. Aqui vai: diabrite, acrimónia, malquerença, maledicência, puerilidade. É natural que estas palavras se possam aplicar, infelizmente, a demasiadas situações do nosso quotidiano presente e futuro. Boa expressão esta de quotidiano futuro! Com tanta preocupação pelo dia a dia, e só para citar algumas, temos todos os tipos de terroristas, as guerras, as religiões, a pobreza, os 21%, os insultos, o público e o privado, o futebol, os salários baixos, os salários altos, as novas doenças e as velhas, os velhos, os jovens, os vizinhos, os desempregados, os contratados, os incompetentes e os excessivamente competentes, os antipáticos, os excessivamente simpáticos, os maus condutores, as filas e as bichas intermináveis, o interior esquecido e o exterior sobrelotado, as cacas de cão na rua, as fraldas de derivados de bebés na rua, as lixeiras na rua e fora dela, os ladrões, os burlões, os “politicozinhos” e os politicozões”, os presidentes, generais, gestores e outros consumidores… e isto, é só para enumerar algumas das preocupações do dia a dia. Não temos outro remédio senão o de repartir toda esta diabrite, acrimónia, malquerência, maledicência e puerilidade, pelo quotidiano futuro, porque ainda temos que ter tempo para trabalhar, namorar, comer, beber, ler, conversar, ouvir, ser ouvido, passear, jogar, brincar, concertar, rir, cantar, saltar, saborear, pensar, observar, educar, ser educado, compreender, ser compreendido… e isto, é só para enumerar algumas das preocupações do dia a dia… esta foi propositadamente séria!!! Enfim, tudo vem aqui parar. É um grande saco, e um saco onde parece que todos se sentem confortáveis em falar e ditar sentenças. Aliás, aliás, é esta, mais uma preocupação do dia a dia! Nem todos temos de ditar sentenças sobre tudo, e muito menos sobre sacos alheios. Temos sim, que falar, pensar, discutir, observar, afinar, votar, ouvir, acordar, “desacordar”, acomodar, ser acomodado, mas teremos que deixar de sentenciar!!! AFINAL, NUNCA SERÁ SÓ DOS OUTROS QUE ESTAREMOS A FALAR!!!
E então, foi divertido? Se não foi, já sabem… hei-de…

2005-07-15

"Speed dating..."


“Bastam três minutos” para se conhecer alguém? Claro está que se trata de “um formato importado dos EUA”. A minha alma está parva, ou mesmo angustiada, ou então simplesmente desatenta. “Há cada vez menos tempo para as pessoas se conhecerem”, e vejam só que há cada vez mais tecnologia a servir-nos, a dar-nos mais tempo de vida. Temos cada vez menos tempo? “…está implícito conhecer alguém especial”!!! Em três minutos? Até um recém-nascido neste espaço de tempo, nos pode enganar e parecer o mais bonito e o mais inteligente do mundo, só não teve tempo para nos falar e nos explicar as suas ideias e decisões, bem como o seu lugar neste mundo!!! Será que esta ideia de speed dating é a utilizada pelos nossos políticos? “Os estilos de vida mudaram”, pois ninguém quer viver numa caverna, nem ir de arco e flecha ao supermercado!!! “A forma mais natural de as pessoas se conhecerem tem que ser revista…”, mas…é natural ou não é natural??? A forma natural tem que deixar de o ser? Temos que rever a forma natural…!!! “ É um sinal de modernidade…” Mas, é um sinal de modernidade ir ao baile da paróquia e convidar um desconhecido para dançar? Bem me parecia que os nossos avós , bisavós, pais e outros que tais, eram bem modernos…muito modernos! Até já casavam por correspondência. Claro está que precisavam bem mais do que três minutos para escrever, se soubessem, as cartas. Speed dating só poderia vir de facto dos EUA…três minutos…não quero ser moderno, nem rápido! Onde está a beleza mágica de viver e conviver uma vida, tenha ela a longevidade que tiver e dia após dia, com alguém, seja namorado, amigo, companheiro ou palhaço, e continuar a descobrir, a surpreender e a descobrir, a surpreender e a conhecer essa ou essas pessoas? Ou percebi ml ou não percebi, ou não me esforcei o suficiente…mas também não tenho apetite para tal! Parece-me que vou optar por outro tipo de modernidade. Há outros tipos de modernidade! Parece-me que anda alguém a ganhar o seu pão e o dos outros com este tipo de modernidades! Pelo menos que mate a fome de alguém…fome…sim. Speed dating não por favor, ainda não estou preparado, ainda tenho muitas energias para aguentar muito mais do que três minutos…

2005-07-13

Á procura de uma esplanada






Há coisas na vida que nos passam a dar prazer. Talvez a idade contribua de forma significativa para este facto. O seu contributo para outros prazeres já se torna progressivamente negativo, mas este receio, fica para outro dia, para quando me sentir mais novo… ainda sou imortal. Como estava a dizer, uma dessa coisas é a esplanada. Grandes, pequenas, com boas vistas ou sem vistas, simpáticas e competentes…ou incompetentes…ou qualquer outro jogo com estas palavras. Esplanadas para 5 minutos, 2 horas, para ler ou para não fazer nada, ao sol ou à sombra, preparadas para o verão, para o Inverno…não, já não procuro esplanadas para o Inverno! Não que não apeteça, mas já seria pedir demais neste pequeno texto. Vivo no Porto, cidade cheia de encantos, não é só o Rio de Janeiro, cheia de recantos e condições, contradições e sem elas, aberrações e outros ões mais bonitos e elegantes, que fazem desta cidade a minha preferida, aquela que escolhi e onde também tive que aprender a viver. A cidade da “Casa”! Mas, onde estão as esplanadas??? Onde estão as mesas na rua? Onde é que posso tropeçar numa cadeira, e decidir sentar-me para não fazer nada, ou para consumir um pouco de tempo acompanhado por alguma coisa? Quero consumir numa esplanada! Quero uma esplanada! Pela manhã, pela tarde ou pela noite! Também gosto da Ribeira, até da Foz, mas onde estão as esplanadas nesta cidade? Gosto do Parque, daquelas esplanadas…Estou no Porto e quero uma esplanada, duas, três… Também gosto do Palácio, mas onde é que posso encontrar uma esplanada, seja ela natural ou artificial, sem ter que me socorrer dos lugares do costume, sem que me pareça uma deslocação longa e demasiado premeditada? Só queria uma esplanada, sem parecer que tenho que marcar férias para a encontrar ou utilizar. Não que esta ideia esteja mal…mas sempre? Ainda não encontrei mas…hei-de… Já agora. Não resisti a esta fotografia! Grande esplanada, não?

2005-07-11

Fui ao concerto!



Foi Vinyl, foi Film, foi Am-Fm. Grande concerto! Não sei se foi um grande concerto, mas foi uma grande noite! Não sei se foi uma grande noite, mas fui ver um grande grupo português! Não sei se é o melhor grupo português, mas porque não? È melhor afirmá-lo agora, porque amanhã pode ser outro. E porque não? Não é isto que faz parte da emoção, do jogo, da canção? É paixão, não é amor. Cada música é uma grande prenda que me oferecem, cada concerto é uma grande noite que vivo, cada disco é uma grande revelação e um grande sopro de ar fresco, ou de ar quente, seja Verão ou Inverno. È o momento e a preparação desse momento que tem que ser apreciado e vivido, como quem prepara uma boa refeição e aprecia um bom vinho. Não espero que o próximo seja melhor, pior e muito menos igual. Só quero que este seja único e por isso eterno. Não estou a comparar, nem me admito tal inocência!!! Nem vou sequer atrever-me a dizer os porquês. Eles são mais do que muitos e agora não me apetece! Quero saborear, desfrutar, gozar do arrepio, da lágrima, acalmar a alma que ainda não parou de saltar e de cantar! É muito bom saber que a música existe para nos servir. É português, foi em inglês, poderia ser em francês ou espanhol. Que importa isso? Existem, estão aí e espero que por muito tempo. Nem sequer quero pensar onde estariam se não fossem portugueses!!! Simplesmente não me interessa… agora. Só ver para acreditar, que é possível fazer “sozinho”, caminhar “sozinho” e bem, muito bem. Imaginem, que ainda por cima, saí de lá com esse mesmo concerto gravado num CD! Para ajudar a memória e perpetuar o encanto. Foi mais uma oferta deste grupo fantástico, para quem gosta e para quem não gosta. Eu gosto, e este texto é para eles. Também saí de lá com uma t-shirt…uops!!!
www.thegift.pt

2005-07-08

Nem a música me salvou o dia




Acordei com uma nuvem de fumo por cima, e um tapete de cinzas por baixo e a arder por dentro. Triste infelicidade a das florestas que espalham os seus ossos pelo mundo dos homens. Triste inocência a que faz destruir os últimos culpados, com os seus braços impotentes e as suas pernas ineficazes para se poderem defender. Não há cantar mais aterrador que o grito de inocentes.
Foi assim que acordei hoje. Acordei com vontade de ver o mundo, e o mundo já estava diferente. Estava sombrio e com cheiro a carne queimada das nossas florestas. Nem a música me consolou, nem a música “me fez sol”… esquecer. Nem aquela mais intensa e profundamente ameaçadora da integridade da nossa alma me fez viajar para outro lado! Nem aquela mais profundamente penetrante, que nos arrebata o nosso ser e nos promete a eternidade!! Nem aquela recheada de pura lógica e que parece atentar em cada esquina harmónica, a essa matemática sóbria e calculista, que me faz entreter o cérebro!!!
O cheiro continuou cá. O fumo continuou cá. Não entendo, não percebo! Vou esperar pela noite e ver o que ela me pode trazer e “tu e eu o que é que podemos fazer…talvez…”.
Sim, vou esperar que haja um concerto que me dê um novo alento para continuar. Ainda hei-de…

2005-07-07

Atirei com o pau…


“Atirei com o pau ao gato” e… matei-o!
Peguei no “Balão do João” e… furei-o!
Fiz-me ao mar e dei-me ao trabalho de mergulhar bem fundo, e afundar mais uma vez o “Titanic”! Este deu-me muito mais trabalho. Ia a “Caminho de Viseu”, indo eu, indo eu, e… espetei-me contra um poste de alta tensão!!! Bem, foi mais ou menos isso. Já no Natal tinha dito que “Brilha brilha lá no…” mas brilha onde? “Cai Neve” só para nos sentirmos mais limpos e puros, mas… distraí-me e escorreguei! Fui parar ao hospital com um hematoma na testa. Não fui o único que ao som da neve a cair, foi parar à mesma sala de espera! Voltei à Casa da Música e só tive que ter cuidado com o trânsito! Senti-me lá bem, na sala de espera, na bilheteira, no café! As minhas calças estavam rotas, mas estavam limpas, tinha a barba por fazer, mas já soa a personalidade, paguei o que tinha a pagar e não protestei! Fora da Casa a vida continuava. Continuava a aumentar, a endurecer, a complicar, a perder… sim, a vida continuava a perder! Mas não atirei com um pau à casa, não furei nenhum balão, não fui parar ao fundo do mar, não me electrocutei nem fui para a nenhuma sala de hospital!!!
Não esqueci nada, não fiz nada que possa ser considerado de muito especial, mas saí mais limpo, mais aliviado, mais preparado para a semana seguinte. Saí mais leve, mais despido, deixei lá parte da minha roupa suja e não foi para lavar, foi para reciclar.
Não consegui muito mais do que continuar o meu caminho, passo a passo, campainha a campainha, jornada a jornada até ao fim…O gato morreu, o balão rebentou, o barco não se mexeu, Viseu continua lá, o poste talvez não, a neve vai e volta e o céu continua a brilhar.
Não consegui muito mais mas…hei-de…