2005-07-08

Nem a música me salvou o dia




Acordei com uma nuvem de fumo por cima, e um tapete de cinzas por baixo e a arder por dentro. Triste infelicidade a das florestas que espalham os seus ossos pelo mundo dos homens. Triste inocência a que faz destruir os últimos culpados, com os seus braços impotentes e as suas pernas ineficazes para se poderem defender. Não há cantar mais aterrador que o grito de inocentes.
Foi assim que acordei hoje. Acordei com vontade de ver o mundo, e o mundo já estava diferente. Estava sombrio e com cheiro a carne queimada das nossas florestas. Nem a música me consolou, nem a música “me fez sol”… esquecer. Nem aquela mais intensa e profundamente ameaçadora da integridade da nossa alma me fez viajar para outro lado! Nem aquela mais profundamente penetrante, que nos arrebata o nosso ser e nos promete a eternidade!! Nem aquela recheada de pura lógica e que parece atentar em cada esquina harmónica, a essa matemática sóbria e calculista, que me faz entreter o cérebro!!!
O cheiro continuou cá. O fumo continuou cá. Não entendo, não percebo! Vou esperar pela noite e ver o que ela me pode trazer e “tu e eu o que é que podemos fazer…talvez…”.
Sim, vou esperar que haja um concerto que me dê um novo alento para continuar. Ainda hei-de…

1 comentário:

AquiJazz disse...

na mouche